Em uma fiscalização de surpresa do Conselho Regional de Medicina do Piauí – CRM-PI, mais uma vez os conselheiros flagraram um dos problemas que já custaram vidas na maior maternidade do Piauí, a Dona Evangelina Rosa, em Teresina (MDER). A superlotação constatada na tarde desta quinta-feira (11) é visível em todos os setores da instituição, entre eles enfermarias e no centro cirúrgico. Isso porque, a unidade voltou a receber pacientes de outros municípios incapazes de estruturar hospitais e maternidades, além de pacientes oriundas de maternidades do município de Teresina que não conseguem realizar procedimentos simples e, muitas vezes, os partos cesarianos, por falta de ultrassom e falta de escala completa de médicos, como anestesistas.
Para a presidente do CRM-PI, Drª Mírian Palha Dias Parente, presente na vistoria, além de enfermarias lotadas, recém-nascidos e mães continuam nas dependências do centro cirúrgico por falta de vagas nas enfermarias, após cesarianas, provocando caos nos atendimentos e sobrecarga das equipes médicas. Além disso, a maternidade, que passa por reforma desde o ano passado, está com três enfermarias interditadas devido às obras terem sido paralisadas. A justificativa é que a estrutura física da unidade, que é muito antiga e inapropriada para suportar tamanha demanda, não é segura para receber as melhorias exigidas tanto pelo CRM-PI, quanto pelo Ministério Público Estadual.
Embora, não tenha sido constatada falta de medicamentos e insumos, como ocorreu em outras fiscalizações, no momento da vistoria não havia aparelhos de Sonar suficientes e alguns estavam quebrados e também falta de cardiotocografo, aparelho que registra a frequência cardíaca fetal.
Nesta sexta-feira (12), pela manhã, uma reunião conjunta entre o CRM-PI, promotores do Ministério Público Estadual e gestores da maternidade e do Estado estarão reunidos na sede do MPE para avaliarem a situação e tomarem medidas para conter os problemas. O CRM-PI encaminhará seu relatório para as autoridades e gestores para que as medidas sejam tomadas. Para os fiscais do Conselho, é preciso que o Estado e o município de Teresina tomem para si a responsabilidade inadiável de estruturarem unidades de saúde que atendam gestantes e recém nascidos, mantendo as estruturas de exames necessários e em funcionamento, bem como regularização das escalas médicas, assim se evitaria a superlotação na MDER.