Greve do servidores do HU afeta cirurgias e direção busca alternativas

A greve dos servidores do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), que já entra no seu sétimo dia, tem causado suspensão nas cirurgias eletivas na unidade.

Em entrevista ao Notícia da Manhã, o superintendente do HU, Paulo Márcio, explicou que alguns pacientes já estão há um ano aguardando a cirurgia e que por isso está mantendo diálogo com os grevistas para não haver maiores prejuízos.

“Em relação ao centro cirúrgico, nós estamos parados, 40% do centro cirúrgico, e isso parte o coração da gente. Você chegar para uma pessoa que está há um ano esperando uma cirurgia e dizer que essa cirurgia vai ser suspensa, é de partir o coração. Eu como superintendente estou aqui de diálogo com o movimento grevista o tempo inteiro para que as pessoas não sejam penalizadas”, diz.

Já sobre a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do local, o superintendente ressalta que está funcionando totalmente e que a decisão de não parar parte do setor partiu do próprio movimento grevista do estado.

“Pela primeira vez na história houve uma decisão judicial que mandou parar o hospital em 40% totalmente, antes as decisões judiciais tiravam dessa decisão unidades importantes como UTI, Centro Cirúrgico. Então, eu parabenizo aqui o movimento grevista local que como muita sabedoria manteve pelo menos o funcionamento completo da UTI que é tão importante para o estado”, acrescenta.

Em relação ao motivo da paralisação das atividades dos servidores do HU, Paulo Márcio diz que o objetivo da greve é chamar a atenção da Justiça sobre o acordo coletivo dos profissionais e  da alteração na base de cálculo da insalubridade.

“É uma greve nacional, de nada tem a ver com o Piauí, ela é uma greve que se discute a questão salarial a nível nacional, na verdade, os salários dos funcionários do hospital é o melhor do Brasil, incluindo hospitais privados, o que se discute aqui é apenas a insalubridade e é um termo de ajuste de acordo coletivo que ainda não foi celebrado na Justiça. A greve é para chamar a atenção da Justiça para se celebrar esse acordo a nível nacional”, informa.

Entenda mais

Servidores do Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal do Piauí iniciaram uma greve por tempo indeterminado devido à falta de reajuste salarial. Por conta do movimento, o ambulatório ficou 100% parado e sem atendimento de consultas e exames.

O Cidadeverde.com conversou com Francisco Santana, representante dos empregados da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), e alegou que os trabalhadores estão há quase quatro anos sem reajuste.

“Falta negociação da empresa. Estamos indo para o quarto ano sem reajuste. Aguentamos na pandemia, mas não dá mais. A empresa quer mudar a base de cálculo da insalubridade para um salário mínimo e não mais sobre o vencimento”, lamentou Francisco Santana.

Ao todo, cerca de 700 dos 1.280 profissionais da área administrativa e assistencial estão parados na greve que teve início no dia 20 de setembro.

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