Resiliência urbana: Prefeitura de Teresina busca investimentos e apoio para enfrentamento às mudanças climáticas

A Agenda 2030, da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação – Semplan, tem percorrido eventos promovidos por instituições de renome nacional e internacional em busca de apoio para o desenvolvimento de políticas públicas que tornem Teresina uma cidade mais resiliente diante dos desafios das mudanças climáticas.

O B R O Bró cada vez mais intenso e mais extenso e chuvas também mais torrenciais já são realidade para a população e a infraestrutura urbana precisa se adaptar. Mais áreas verdes, soluções de engenharia e arquitetura baseadas na natureza que tornem a cidade com capacidade de se adaptar aos níveis de chuva esperados para os próximos períodos chuvosos e aos níveis de calor intenso são os principais objetivos dos projetos que deverão ser executados.

O coordenador da Agenda 2030, Leonardo Madeira, tem encabeçado o planejamento dessas ações e a busca por parcerias. “Teresina tem sofrido com ondas de calor cada vez mais severas. Essa não é uma condição exclusiva da nossa cidade. Nós temos observado isso praticamente em todas as capitais do país e em diversas regiões do mundo. Teresina precisa, diante dessa condição, buscar parceiros, buscar apoio financeiro para o enfrentamento às mudanças climáticas”, afirma.

Quentura

Estudos comprovam que Teresina está aquecendo duas vezes mais que a média global. A localização de Teresina, logo abaixo da linha do Equador, uma posição de extremo do clima quente, favorece esse aquecimento. A temperatura aqui aumenta a uma velocidade duas vezes mais rápida se comparada à média global (de 1,1°C), de acordo com mapas que analisam o aumento de temperatura superficial média no último século (NASA, 2022).

Estudo publicado pelo Cesu – Centro de Eficiência em Sustentabilidade Urbana da UFPI – afirma que “além de aumentar as temperaturas em Teresina, as mudanças climáticas exacerbam fenômenos climáticos extremos. No município isso representa tempestades mais intensas e aumento da duração da estação chuvosa. Segue-se que as frequentes enchentes fluviais, pluviais e repentinas que acontecem em Teresina tendem a se tornar mais frequentes e graves, com impacto na oferta de infraestrutura e serviços, representando perdas econômicas para o município e agravando a exposição ao risco de famílias em situação de vulnerabilidade (CRGP, 2021).”

Efeitos

Os efeitos disso já podem ser sentidos pela população. As chuvas estão se tornando tempestades. Sua intensidade tem aumentado, provocando estragos maiores a prédios públicos e privados, causando mais alagamentos e demandando mais do poder público. Também é possível sentir um aumento do período quente com a elevação brusca das temperaturas assim que as chuvas cessam. Se antes os meses de maio, junho e julho eram caracterizados pela brisa e ventos que amenizavam a sensação térmica, hoje tem-se um aumento do período de calor. Ou seja, o B R O Bró está chegando mais cedo.

Mitigação

A Agenda 2030 trabalha em parceria com o Viver+Teresina. Ambas as equipes estão vinculadas à Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação.

O Viver+Teresina, criado em abril deste ano, tem como foco a realização de obras que minimizem os efeitos das fortes chuvas e das ondas de calor, principalmente buscando soluções de engenharia e arquitetura baseadas na natureza.

A primeira obra já está em andamento. É a urbanização no bairro Nova Brasília, orçada em mais de R$ 2 milhões. Estão sendo implementados equipamentos públicos inovadores para a prática esportiva e socialização. A obra compreende o trecho da rua Anísio Pires com a rua Santa Inês até a rua Radialista Jim Borralho, nas proximidades do terminal de integração da Rui Barbosa e a UBS da Nova Brasília.

O projeto foi discutido e aprovado pela população em encontro ocorrido neste mês de abril. Nele, estão previstas a instalação de mesa de concreto para prática de futmesa, que é uma modalidade que vem sendo difundida em vários bairros da capital; academia de musculação de concreto; mesa de concreto para tênis de mesa, equipamento que já vem sendo experimentado em outras praças com sucesso; quadra poliesportiva coberta com duas arquibancadas; quadra de vôlei de areia, modalidade bastante apreciada pela população; playground com brinquedos construídos com madeira, além de bancos, iluminação pública, arborização e outras melhorias.