Parque da Cidadania, em Teresina, é usado para show com mulheres nuas e revolta população

A apresentação dos artistas Ana Larousse e Leo Fressato, durante a programação da Primeira Bienal do Coletivo Salve Rainha, no último Domingo (18), vem dividindo opiniões nas redes sociais. O show aconteceu no Parque da Cidadania (local para prática esportiva de crianças e adolescentes), e durante a performance, eles chegaram a ficar nus, no palco. Desde então, circulam no Facebook e pelo WhatsApp os registros da apresentação, seguidos de comentários, hora defendendo, hora recriminando o ato de nudez.

“Olha a molecagem no parque da cidadania, com direito a protesto fora Temer. Que lixo, espaço público… absurdo!”, postou um internauta. Outra internauta disse que o movimento não tem nada de cultural, e que o Coletivo age “desrespeitosamente”.

Outro mencionou o fato de que o Parque da Cidadania é frequentado por crianças de todas as idades, lamentando o ocorrido. Houve ainda quem afirmasse que o movimento não respeita as pessoas. 

“Está na hora de acabar com esse negócio de SALVE RAINHA no Parque da Cidadania, falta de vergonha e respeito com as pessoas que estavam lá com seus filhos e idosos!!! Essas minorias não respeitam ninguém !!!! É ceder o quiosque do Salve Rainha para quem realmente precisa, este parque da cidadania virou um antro de maconheiros!!! [sic]”, publicou.

Uma outra usuária da rede atentou sobre a necessidade da organização do Coletivo em informar sobre as apresentações. “(…) acho que o público deve ser informado sobre o que realmente vai ser apresentado antes de tudo. Cada um tem o direito de decidir o que quer ver ou não ver. E os pais sabem da maturidade de cada um dos seus pimpolhos, se estão preparados ou não, para absorver o quê o mundo tem para lhes mostrar!”, publicou.
Após a repercussão das imagens, integrantes do Salve Rainha também se manifestaram. Renata Reis, uma das coordenadoras do Coletivo, lamentou que a apresentação tenha sido interpretada como “orgia”. 

“Quando o corpo nu de uma mulher e um ato de nudez se transforma em interpretação de pessoas erradas em orgia e ‘baixaria’. Tão triste ver a cabeça de pessoas ignorantes e que não entendem a arte. Em que mundo vivemos, o melhor, em que cidade vivemos que não sabe desconstruir. Em que nudez, ou em que o corpo de é algo promíscuo, e que é culpa de ser ‘gay’”, publicou.

O jornalista Jader Damasceno, sobrevivente no acidente que vitimou os irmãos idealizadores do Coletivo, Bruno Queiroz e Júnior Araújo, que também é integrante do Salve Rainha, repudiou os comentários que criticaram a apresentação. 

“Muito triste com tudo isso… um corpo é só um corpo e a arte permite usar ele como uma ferramenta de luta e desconstrução. Feio mesmo é julgar, excluir, denegrir, mentir, roubar, e quaisquer outra destas coisas e realmente ferem o ser e a alma”, disse.

Ana Larousse, que ficou nua no palco, também se manifestou sobre a polêmica, no seu perfil no Facebook. 
“O pessoal entende a nudez como algo horrível e que faz mal às crianças. Corpo pode? Isso só dá mais força para seguir assim lutando pela naturalização e dessexualização do corpo. Tanta coisa com a qual se chocar e se revoltar e se viram contra a coisa mais nossa do mundo que é o nosso corpo”, publicou.

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