No Piauí, irmãos são julgados por criarem grupo Irmandade Homofóbica e defenderem morte de homossexuais

Os irmãos Lucas Veríssimo de Sousa e Dijael Veríssimo de Sousa podem ser condenados pelo crime de ameaça praticada contra a comunidade LGBTT(Lesbicas, Gays, Bissexuais e Travestis e Transgêneros) em 2014. Os dois seriam integrantes do grupo Irmandade Homofóbica que prega o ódio contra os homossexuais

As ofensas foram praticadas na rede social Facebook. Três postagens são atribuídas aos irmãos. Em uma delas, a coordenadora do grupo Matizes, Marinalva Santana, é ameaçada de morte. Em outro post, os réus comemoram a morte de um gay. 

O caso será julgado pela juíza Valdênia Moura Marques de Sá, titular da 9ª Vara Criminal. O advogado dos réus, Paulino Ribeiro Brandim, disse que só se pronunciará após a audiência. 
Ao todo, foram arroladas 27 testemunhas, sendo oito pelo Ministério Público e 19 pela defesa dos irmãos.

“A gente espera que a Justiça seja feita, porque no Brasil,  via de regra, crimes de ódio ficam impunes”, disse Marinalva Santana que relembra que teve que mudar sua rotina após as ameaças.
  

 


Pena de 10 anos
Caso sejam condenados, pena dos irmãos pode chegar até dez anos. O promotor de Justiça do caso, Assuero Stevenson Pereira Oliveira, ressalta que crimes de intolerância são inadmissíveis. 
“Nos dias de hoje, qualquer tipo de preconceito não é admissível. Cada pessoa tem sua vida e não compete ao outro julgar o comportamento. Isso é lamentável. Espero  que a lei seja cumprida, pois quem age contrário as leis deve sofrer as consequências”,  disse o representante do MP. 
A audiência teve início às 10h20 e deve se estender por toda a manhã. Os réus serão os últimos a serem ouvidos.