A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) encaminhou ofício ao governo do Estado do Piauí, informando da integração do Centro de Operações sediado em Teresina, com o de Fortaleza (CE). Dados que, no último dia 11 de abril, foram repassadas ao Sindicato dos Urbanitários do Piauí, por meio de ofício assinado pelo secretário de governo, Osmar Júnior, pegando todos de surpresa. Afinal, a investida contraria as sinalizações feitas pela diretoria da companhia aos congressistas do Piauí, em especial, ao senador Elmano Férrer (Podemos), quando foi garantida a manutenção do Centro na capital.
Ao governo do Piauí, a Chesf informou que a transferência do Centro de Operação Regional Oeste (CROO), “não altera a estrutura organizacional da empresa”, que hoje conta com 225 empregados lotados no estado. O centro que funciona em Teresina é um dos cinco distribuídos pelo país, ficando os demais nas cidades de Recife (PE), Paulo Afonso (BA), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).
Argumenta a companhia que a integração busca a “eficiência operacional”, envolvendo diretamente 20 profissionais lotados numa das divisões técnicas sediadas em Teresina, que se não desejarem a transferência, serão realocados nas unidades que permanecem funcionando na capital.
Diz ainda que “a integração dos Centros propiciará ganhos significativos nos procedimentos operacionais, em situações normais de operação e em situações de contingências, notadamente em processos de restabelecimento do sistema elétrico” e permitirá “maior agilidade” no relacionamento com o Operador Nacional do Sistema e o Centro de Operações da Chesf.
Para Herbert Marinho, do sindicato dos Urbanitários, o documento não passa de uma tentativa de acalmar o clamor diante da notícia da saída do CROO de Teresina. A mudança traz prejuízo quanto à soberania do estado, considerando que hoje o Piauí é responsável pela supervisão de grandes blocos de energia.
Ele comenta ainda que a informação repassada ao estado sobre a saída do centro de operações é uma surpresa, considerando o anúncio feito no início do mês pela companhia. “Vimos em vários canais, veículos de imprensa, que o centro permaneceria no estado. Isso foi divulgado inclusive por parlamentares, como o senador Elmano Férrer, que recebeu a visita do staff da Chesf, quando ficou acertado que a companhia não iria mexer no centro de operações”, comenta Herbert.
Avalia que a decisão é “equivocada” e vai de encontro com a situação atual do Piauí, que não só é um grande consumidor de energia, como a cada dia se torna mais importante na geração de energia, contribuindo com o Operador Nacional através de hidrelétrica, usinas eólicas e fotovoltaicas.
Aproveitou ainda para negar que o sindicato tenha afirmado que a Chesf ia sair do Piauí. “Em nenhum momento alegamos que a Chesf ia sair do Piauí. Não é verdade. Nunca tratamos disso. A gente sempre tratou foi do fim do CROO, a saída dele de Teresina”, explica.
O sindicato diz que vai continuar o diálogo com a empresa e a bancada federal em defesa da permanência do centro no Piauí. E já tenta uma audiência com o governador Wellington Dias e com a bancada federal, para mais uma vez destacar as consequências da mudança pretendida pela Chesf e sensibilizá-los a favor do estado. O assunto também será debatido em assembleia da categoria marcada para esta terça-feira (16).