Ônibus parados em manifestação de motoristas e cobradores em Teresina

Os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina começaram uma paralisação às 6h desta segunda-feira (27). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Público (Sintetro), nenhum ônibus saiu das garagens nesta manhã. A paralisação não tem prazo para terminar e reivindica pagamentos atrasados. O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Teresina (Setut) informou em nota que foi surpreendida pela paralisação, que segundo o órgão, não teria sido oficializada previamente.

De acordo com o presidente do Sintetro, Fernando Soares, a paralisação reivindica o pagamento de rescisões e salários dos trabalhadores. Segundo ele, há casos de trabalhadores que ainda não receberam o salário do mês de março.

O presidente disse que há motoristas e cobradores que foram demitidos durante o período de quarentena e não teriam recebido rescisões ou recebido de forma parcelados. Alguns ainda não estariam conseguindo dar entrada no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Ao sindicato, as empresas teriam explicado que não têm dinheiro para regularizar todas as situações. As frotas foram reduzidas em 70%, e o fluxo de passageiros desde o início das medidas de isolamento social em Teresina caiu cerca de 90%.

A paralisação deve acontecer até que a categoria entre em um acordo com representantes da Prefeitura de Teresina e das empresas de transporte público. O presidente do Sintetro disse ao G1 que a prefeitura de Teresina teria sinalizado com a possibilidade de conseguir um aporte financeiro para ajudar as empresas.

Leia abaixo a íntegra da nota do Setut:

Esclarecimento

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que as empresas foram surpreendidas na manhã desta segunda-feira (27) com a greve dos motoristas e cobradores. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro-PI) não oficializou a paralisação, conforme determina a lei que também prevê, em casos de greve, a manutenção de 30% do transporte público em circulação. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a frota já estava circulando com percentual mínimo de 30%. Diante disso, o Setut acionará os órgãos responsáveis para que sejam tomadas as medidas cabíveis e a população não seja ainda mais penalizada.

O Setut esclarece ainda que não houve, até o momento, nenhum acordo entre as empresas e o Sintetro. As reuniões que ocorreram, intermediadas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, objetivaram um acordo entre as categorias para evitar demissões no setor. Entretanto, não houve acordo desejado.

Com informações do G1