Quadrilha é presa pela PF em acampamento no Piauí. Fraudou o INSS em mais de R$ 27 milhões!

Uma família de ciganos foi presa nesta Terça-feira, 8 de Maio de 2018,  acusada de praticar fraude milionário aos cofres do INSS no Piauí, e entre eles estão servidores públicos, um empresário e um vereador de Piripiri, município distante 145 km de Teresina. Fabiana Macedo, superintendente regional da Polícia Federal, afirma que a investigação começou há cerca de 8 meses quando a PF recebeu denúncias sobre fraude no recebimento de benefício para idosos.

Os membros da quadrilha foram encontrados dentro de um acampamento de sem terra, mas possuíam carros de luxo, imóveis em outros estados e bastante dinheiro guardado. Segundo o delegado Lucimar Sobral, responsável pela investigação, todo esse material foi apreendido.

“Ainda estamos contabilizando o material apreendido, mas há imóveis em Goiás e Minas Gerais, carros de luxo, dinheiro, cartões e dezenas de armas. Esse grupo já responde por diversos crimes como homicídio, estelionato e vivem de estado em estado praticando crimes de vários tipos. No Piauí, o prejuízo ao INSS foi de R$ 27 milhões com 320 benefícios fraudados”, disse o superintendente da Polícia Federal.

VEREADOR DA FAMÍLIA, SERVIDORES FACILITAVAM E EMPRESÁRIO ACOBERTAVA

Cerca de 15 membros da família foram presos. A PF revelou que eles vieram dos estados de Goiás e Minas Gerais, instalando-se em Piripiri-PI. Entre os líderes estão dois irmãos, que possuíam maior reserva financeira, e que coordenavam as ações dos outros parentes. Para obter o benefício, eles criavam nomes fictícios e tiravam documentos falsos, com o suporte de servidores públicos.

É o caso dos três servidores presos pela polícia, que serviam de facilitadores e davam autorização para obter os documentos e o benefício. Um deles trabalhava no setor de identificação da Prefeitura de Piripiri-PI, enquanto a outra no balcão do INSS.

O vereador identificado como Genival Santos Cordeiro, o ‘Genival Cigano’, era da família  e um dos clientes que recebia o benefício com documentos falsos. Segundo o delegado Sobral, há possibilidade dele ter usado o dinheiro para se eleger em Piripiri-PI.

“Não descartamos que ele tenha utilizado o dinheiro para se eleger no município e pagar a campanha. Ele faz parte da família e tinha muitos cartões de benefício”, afirmou o delegado.

No caso do empresário que não teve o nome revelado, ele também utilizava da influência para acobertar a organização. Lucimar Sobral afirma que em Outubro de 2017, uma mulher membro da família foi presa por suposto estelionato e com ela, foram encontrados cartões e um celular, que misteriosamente sumiu da delegacia. O empresário pediu para um servidor retirar o telefone da acusada e assim não disponibilizar os contatos da quadrilha.

“Uma das mulheres presas hoje, havia sido detida em flagrante pela Polícia Civil de Piripiri-PI em Outubro de 2017. À época, foi apreendido cartões e o celular dela. Os familiares estavam com medo de que os contatos fossem vistos na perícia da Polícia ou outras fraudes. Ele tinha um contato dentro da polícia que retirou o celular e os cartões. Talvez nem desconfiem disso. Não sabemos se policial ou servidor, mas temos uma identificação dele”, revelou.

No Piauí, a organização criminosa recebia mensalmente cerca de 320 benefícios assistenciais fraudulentos, causando um prejuízo de R$ 27,7 milhões. Por outro lado, a PF ressalta que o valor pode ser ainda maior, já que essa foi apenas uma análise do sistema. Após as prisões, a Justiça Federal determinou o bloqueio de contas bancárias dos presos, além da suspensão da servidora do INSS e do servidor da Prefeitura de Piripiri-PI.

(*) Com informações do portal Oitomeia